Este ensaio busca tecer algumas considerações sobre a crise ideológico-discursiva dos direitos humanos e da social-democracia no contexto atual, observando sua relação direta com o paradigma neoliberal e a globalização financeira. Nesse sentido, observa-se o questionamento dos consensos democráticos que foram estabelecidos após a Segunda Grande Guerra, cuja expressão jurídica era simbolizada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. De modo mais específico, percorreremos o contexto brasileiro atual para compreender como os discursos de ódio se relacionam com a produção da pós-verdade, especialmente no ambiente das redes sociais. Em nossa perspectiva, os discursos de ódio e a pós-verdade expressam, no contexto comunicacional e cultural vigente, o desamparo do indivíduo em uma sociedade atomizada, excitada pelo consumo e pela hiper-informação, com graves dificuldades em produzir espaços mais amplos para a emergência de uma cultura do comum na vida social.